segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Hamlet nas Minhas Manhãs

Ai, que desvontade...
Algo se pendura nos meus olhos e enfraquece meus músculos.
Os buraquinhos da janela transformam o cômodo em câmara escura, os diafragmas da câmera do meu sono. Projetam na parede a porta do jardim lá fora... os vidros quadriculados de ferragem branca.
E uma cortina.
Uma cortina branca se esquiva do vento, escrevendo uma poesia cinética, uma ação de ninar. A cortina branca a mercê do vento, soprando minha vontade daqui.
Silêncio e os barulhos do mundo. Imobilidade e olhos passeando, cogitando navegar o corpo. Ausência da horas e o medo das horas passando. Uma mão que é de sonho escrevendo e uma voz que é lenta correndo. Vou levantar.

Um comentário: