quarta-feira, 3 de novembro de 2010

coisalgumadenadanão

E lá vai Deus.
Estamos sós.

Aqui, apenas sua casa abandonada.

Sempre a mesma luz azul e cinza. não há móveis além de uma cadeira no centro da velha casa.

Estou sentado nela desde que cheguei. Os olhos procuram entre os pontinhos de poeira, brilhando sob a luz fria que entra pela parte desmoronada do teto. Brilham fragmentos de teias de aranha abandonadas.

E a sala é tão ampla...
Corre um vento de saudade que entra com a luz fria.

Não há portas nem janelas.
Além de mim, da cadeira e da poeira, um chafariz.

Não dá mais o seu show, guarda apenas uma água suja e podre, parada desde a eternidade. Revestindo suas paredes de pedra trincada, uma trepadeira morta. Os galhos secos se emaranham em uma foto imutável.

Eu, sentado na cadeira, mãos nos joelhos, coluna ereta, ansioso. Procurando por algo perdido. Na esperança de algo que não vem.

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