terça-feira, 29 de março de 2011

Bagagem de Mão

Saudade...
... é o que mais pesa na minha bagagem.
Esses dias eu abri minha mala e encontrei teu rosto adormecido, encontrei aquele teu riso mais bobo, o jeito como tuas mãos desajeitadas regem teus discursos, eu abri minha mala e escutei de novo o teu fôlego furtando meu cheiro, teus dedos despindo minha alma...
Estou com saudade de dizer teu nome como se ele me pertencesse, de ouvir meu nome matar a sede na tua saliva, saudade dos teus olhos, dos poemas, da pele, da letra, do que era bom... Saudade daquela palavrinha que sempre te confundia: blibioteca...
Eu não entro mais em bibliotecas.
Estou tentando desaprender a ler, quero esquecer a história que você escreveu na minha pele, quero pular o capítulo que você gravou nos meus gostos, na minha vontade. Quero esquecer seu título. Eu, agora, comemoro cada página arrancada, virou meu livro de cabeceira... a saudade... Comemoro cada página, cada página...
E, logo, nossa história vai parar nas prateleiras da minha biblioteca de páginas que arranquei de outros livros...
Amores vão, vêm... vêm e vão... e vão e vêm... Mas o amor nunca vem em vão...
Eu preciso me livrar dessa mala, preciso parar de fingir que eu não tenho um coração.

Nenhum comentário:

Postar um comentário