sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Matéria-prima do nada

Eu, que tenho distribuído risos a pequenos circos e grandes funerais,
concedido toques a belos bostas e idiotas geniais.
Eu, que fingi reconhecer teus olhares e simulei nossa solidão...

Amor, encontrei o intumescedor dos fúteis dramáticos

E fiz dele moeda com que comprei uma mediocridade morna,
que reformula meu desprezo e caga meu coração.
Adoro-te

Amigo, encontrei o intumescedor dos poetas fúteis

Eu, que, ao fechar o último sorriso, provoquei motivos de morte que não desafiassem minha coragem.
Que corri ladeira abaixo tentando me livrar do chão que envenenei de drogas roubadas.

Desesperado,
cordialmente desesperado e alucinadamente cego de desespero,
procurei teus papéis para que fossem registros de minha sobrevivência.

Encontrei. Para os poetas sem talento e aos vivos inabilidosos

E perdi o desespero assim que te falei do primeiro "eu"
E o sorriso parasita reabriu, mas só para mim.
E o toque retocou, mas somente em mim.
E reconheci todos os sinais: a mediocridade morna derretia a tinta que falava por mim.


É que, em algum momento, entre calar o riso e te falar de mim, quando me enxerguei desesperado...

eu encontrei.

2 comentários:

  1. a-ha! acho que vou conseguir comentar pela primeira vez! õ/
    ja vim aqui altas vezes, nunca consigo deixar comentarios. como fiz um blog tambem, espero que de certo. :D de qualquer forma, passei pra dizer que gostei muito, dago.
    acho que nao comentei com vc ao vivo, mas depois conversaremos sobre seus posts!
    to adorando. beijo.

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  2. tá na hora de escrever mais aqui, rapaz!
    hehe.. muito bom ontem =)

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