quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

A cachalote não morreu no estacionamento. No final das contas, o que todos querem é estacionar. Sorte...

Pensando na vida, peguei no seu sono.
Dormindo, sonhei um sonho vívido de viver.
Acordei nauseado na vida, perguntando que sonho sonhei.

Não sei que sonho que é o meu,
Mas sei o que meu sonho não é.
Não é ter ter uma sala nem uma mesa de gavetas infinitas...

O que sonho não sei, mas não com a chave da sala.
E não me corrói o desejo de salvar da extinção os moribundos do planeta,
Então não é meu sonho, pois sonho corrói.

Por vezes, eu sei, se torna inevitável, na vida de qualquer um, salvar uma cachalote ou duas,
Mas ela terá que encalhar na minha vaga se quiser viver.
E talvez não seja meu sonho estacionar e ela fatalmente morrerá.

Não era meu sonho requentar essa merda,
Mas eu requento mesmo assim.
Então, talvez, não seja meu sonho morrer esta noite, mas eu morra assim mesmo.

Não sei qual é meu sonho, mas sei que ele é.
Pois sonho profundamente, sonho dolorosamente,
Perdido, sem saber com o que.



Acho que sonho não saber qual meu sonho é...
Quem não sabe que sonho tem nunca descobre que sonho perdeu.



Pensando no sonho, peguei no acorde.
Acordando dormi o sono da vida.
Sonhando e dormindo, vivi o que meu sonho não é.

.....................................

Dentro de uma sala minha, tenho uma mesa bonita de infinitas gavetas que tranquei. Duas baleias guardam a chave e escrevem as merdas requentadas que dito antes que eu morra ao anoitecer.
18h 20min 48seg

2 comentários:

  1. 'Acho que sonho não saber qual meu sonho é...
    Quem não sabe que sonho tem nunca descobre que sonho perdeu.'


    Gostei disso...

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  2. 'Então não é meu sonho, pois sonho corrói.'
    Corrói mesmo.

    Perfeito o texto!
    Beijo, meu bem :*

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